• Enoturismo
  • 12 mar 2024

Pisa de uva com samba: experiência afroturística em Poço das Antas

365 Vezes no Vale

O Sítio Rosa do Vale é o único destino do mundo que oferece a pisa da uva com samba. Na bucólica Boa Vista, interior de Poço das Antas, os turistas esmagam a fruta com os pés ao som do tamborim e cavaquinho.

A atividade é comum na Serra Gaúcha, só que com clima italiano. Empreendedora negra, Miriam Santiago Krindges quis abrasileirar essa experiência ao instalar a vinícola com ajuda do marido Irani, em 2022. As primeiras pisas ocorreram na vindima do ano seguinte, atraindo atenção até da mídia nacional.

Em conversa com a historiadora Monica Faria, Miriam descobriu que a população negra de Kemet (região onde atualmente está o Egito) já realizava a vinificação com a pisa feita de forma coletiva. Por isso, o processo no Sítio Rosa do Vale ocorre numa tina enorme com várias pessoas ao mesmo tempo, resgatando a ancestralidade kemética.

O ponto turístico ainda realiza uma verdadeira miscigenação cultural ao incorporar o cardápio germânico no tour. Iguarias comuns em Poço das Antas como o bolinho de batata, calça virada e a cuca são oferecidas aos visitantes enquanto experimentam rótulos de vinho e espumante da casa.

No Sítio Rosa do Vale, o turista também passeia de trator até as parreiras da família Krindges e, dependendo da época do ano, pode realizar o colhe e pague da uva. Piqueniques são oferecidos nesse ambiente natural com vista panorâmica.

As visitas são feitas sob agendamento e para grupos a partir de duas pessoas. Mais informações podem ser obtidas pelo WhatsApp 51 99586-7921 ou na página oficial do Instagram: @sitiorosadovale.

Apoio para crescer

Quando surgiu a ideia de criar a vinícola e investir no enoturismo, a família Krindges buscou crédito em diversos bancos, sem sucesso. O apoio financeiro para conseguir tirar o projeto do papel veio com a Cresol.

“Estávamos sem esperança, demais instituições não apostaram no nosso empreendimento. A partir de uma indicação, procuramos a Cresol. Eles foram os únicos que vieram conhecer a nossa propriedade e nossa história”, conta Miriam.

Com recursos do Pronaf foi possível engarrafar o vinho e criar os rótulos para colocá-lo no mercado. Agora a família busca créditos do Fungetur para tirar outros projetos do papel. Entre eles, a reforma de um antigo casarão de 1912 que poderá ser a nova sede da vinícola no futuro.

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