• Turismo
  • 05 ago 2025

Motor histórico volta a funcionar e imprime edição comemorativa de O Taquaryense

Restaurado e em pleno funcionamento, o motor Crioulo voltou a operar especialmente para a impressão da edição comemorativa dos 138 anos de O Taquaryense

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Um motor a querosene fabricado em 1901, que no passado ajudou a imprimir o jornal O Taquaryense, de Taquari, voltou a funcionar a pleno vapor nesta semana. Para comemorar o feito, foi realizada uma live nas oficinas do O Taquaryense na noite desta sexta-feira mostrando como é a impressão do jornal.
Trata-se de um equipamento histórico: o primeiro motor a querosene fabricado no Brasil. Produzido pela firma Só & Filhos, de Porto Alegre, o motor é motivo de orgulho para o editor Pedro Harry Dias Flores, trineto do fundador Albertino Saraiva e neto da atual diretora de O Taquaryense, Flávia Therezinha Saraiva Dias.
Fundado em 31 de julho de 1887, O Taquaryense é o segundo jornal mais antigo em circulação no Rio Grande do Sul — atrás apenas da Gazeta do Alegrete, de 1882. É também o único jornal em atividade no Brasil (e um dos três no mundo) que ainda utiliza o sistema tipográfico tradicional, com composição manual, tipo por tipo — letra, número ou símbolo. Até 2021, o periódico adotava exclusivamente esse método artesanal de impressão.
Batizado de Crioulo pelo fabricante, o motor possui dois cavalos de potência e ignição por tubo quente. Foi projetado por Joaquim Alcaraz, avô do jornalista Flávio Alcaraz Gomes. Em 1901, o equipamento foi uma das grandes atrações da Exposição Agropecuária e Industrial do Rio Grande do Sul, nos Campos da Redenção (atual Parque Farroupilha), em Porto Alegre. Recebeu medalha de ouro por sua eficiência e economia de combustível.
Em 1910, o motor foi transportado por barco a vapor até Taquari, após operar nos jornais Gazeta do Comércio e Correio do Povo. Nas oficinas de O Taquaryense, passou a mover a impressora tipográfica francesa Marinoni Universelle até 1956, quando foi substituído por um motor elétrico. Desde então, estava em exposição no Museu Casa Costa e Silva (atualmente fechado para reforma).
A restauração do motor ficou a cargo de Felipe Bender, estudante de engenharia mecânica da UFRGS, com apoio do arquiteto e urbanista João Vitor Souza, entusiasta do projeto. Agora, restaurado e em pleno funcionamento, o motor Crioulo volta a operar especialmente para a impressão da edição comemorativa dos 138 anos de O Taquaryense, que circula neste sábado, 2 de agosto.

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